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sábado, 23 de maio de 2020

O Pai de um amigo faleceu

Bruninho é um dos meus irmãos não nucleares que Deus me permitiu ter e essa semana o pai dele faleceu. Vivíamos juntos em Itu, e nosso relacionamento é bem próximo como de irmãos.
(É engraçado pensar nas coisas que eu vivi em Itu, porque foram os quatro anos mais intensos que já tinha vivido até então. Conheci tantas pessoas e lugares nesse período, mais do que minha vida toda, formei em Marketing e na sequência comecei Cinema, trabalhei com vários projetos ao mesmo tempo, aperfeiçoei o inglês, aprendi espanhol. A sensação que eu tenho é que sempre fui de Itu) Deixei minha família não nuclear lá.. E o Bruninho é um deles.
Comigo é assim, quando parte alguém próximo a mim, ou próximo a meus queridos, fico reflexiva. 
E além do Pai do Bru, estamos em plena pandemia de COVID-19, quase 400 mil mortos (340.315 pra ser exato – enquanto escrevo).
Vira e mexe, reflito sobre minha partida, penso mais em quem fica do que em mim que vou.. (talvez graças ao meu signo, tenho um certo desejo na alma por aventuras, e de alguma forma é como se “my soul longs for it”. 
Porém hoje me falta paz, me falta convicção a respeito da minha pós morte.
Nem sempre eu senti essa falta de paz, já fui muito segura e convicta a respeito do que um cristão crê em relação a morte.
Como mãe, gostaria de deixar tudo "organizado" pra minha filha, como deixar escrito sobre os tramites a serem feito com meu corpo, deixar relatos pra ela, etc. Sei que ela vai senti falta da minha presença... mas quero proporcionar pra ela motivação pra ela seguir.
Na verdade eu quero estar em paz, pra ela ficar em paz sabe?
A morte da minha mãe mexeu muito com a minha cabeça e minhas crenças.
Engraçado que eu tinha prometido a Deus que NADA, mudaria minha visão a respeito de como eu o via, e sutilmente percebo agora que uma lente borrada passou a assumir minha visão, e essa falta de nitidez, trouxe muita dúvida pra minha mente.
Enfim.. quem conviveu conosco nos últimos meses de vida da minha mãe, sabe que ela NÃO QUERIA MORRER (ela não aceitou que estava morrendo até 3 dias antes de morrer). Ela não estava em paz em partir, queria ficar mais que tudo! Queria ver os netos, ver a cura de Deus fisicamente no corpo dela.
E ela tinha MUITA FÉ, acreditava nisso com tudo!
Minha mãe foi uma mulher de fé, e não tem UMA PESSOA NA FACE DA TERRA, que conhecendo ela diria o contrário.
Mas POR QUE ELA NÃO QUERIA MORRER?
E isso me incomoda profundamente hoje.
Me faz questionar a ela e a mim mesma..
Por que EU não iria querer voltar pra Deus? (O crente acredita que morre e vai pro céu né?)
Por que preferir ficar aqui, do que ir pra casa do Eterno? Principalmente nas condições em que ela se encontrava.
Do que ME adianta ser Cristã, se não quero morrer?
O motivo número um de eu ter me batizado no cristianismo, foi por medo de morrer e ir pro inferno! Então 7 de setembro de 1998, num retiro da igreja batizei pra ir pro céu!
Lembro do medo que eu tive durante o retiro, lembro das minhas amigas falando comigo da importância do batismo, lembro de um curso rápido de batismo que fiz, e eu tinha que responder algumas perguntas em público, como “quem é Jesus pra você?” e “por que você quer ser batizada?”- rituais – minha conversão veio anos depois lá pra 2004, depois de muito choro e arrependimento de verdade! – mas esse não é o assunto.
Talvez muitas pessoas assim como eu, se batizam por medo de morrer e estar no caminho errado.
Eu cresci num lar cristão, minha mãe é meu maior exemplo pessoal de fé, era (é) minha intercessora, motivadora, é MINHA MÃE né?! Tudo o que sou, grande parte é por ter sido criada por ela. Meu exemplo de FÉ, meu exemplo de CRISTÃ!
Contrário dela e dos meus irmãos, eu aceitei a partida dela, no momento em que ela me contou que estava com câncer. E a maneira como tudo aconteceu, e o tratamento que ela optou por fazer, cada dia era mais claro pra mim que a morte dela estava mais perto do que eu poderia imaginar.
Foi um sofrimento muito grande. E em cada etapa, ela não queria morrer, não queria partir, não aceitava que seu corpo estava padecendo.
ELA NÃO QUERIA MORRER!
“Posso ficar?!” Ela falou a um homem de Deus que veio com a mensagem de que ela era a noiva, Jesus o noivo, e ele estava as portas para vir busca-la! “Mas eu não quero ir!” – você pode até pensar que ela não queria partir preocupada com os filhos, era também – Mas ela apaixonada D+ por Deus, por Jesus, pela obra de Deus pra simplesmente deixar tudo isso pelos filhos. Principalmente pela condição em que ela vivia.
Na época, não tive minha mente clara para perceber e ajuda-la a ver com os olhos da fé.
Isso me bagunçou.
Não culpo ela, nem a mim, nem a ninguém, hoje tenho que conviver com meus questionamentos e dúvidas a respeito da morte, do pós morte. Isso faz parte da minha jornada.
Estou diante de um dos grandes paradoxos da minha vida: meu exemplo de fé cristã, minha maior incentivadora, e motivadora pra continuar sendo cristã, a fervorosa glória a Deus aleluia, preferia ficar aqui a ir pro céu.
Meu consciente captou esse pensamento hoje.
O nó na minha mente, foi dado há mais de cinco anos.
Acho q estou no meu caminho lento do processo de cura e de “let things go!”


Obrigada Deh por me permitir visitar áreas da minha mente que geralmente não acesso sozinha. Sem nossa conversa jamais chegaria aqui. Te amo.
Mano, se você ler esta mensagem, quero que saiba que sua dor que você sente agora, será amenizada um dia.  Te amo.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Dia das mães 2020

Definitivamente estamos num ano atípico né!?
Aniversários em quarentena.. feriados em quarentena... e dia das mães em quarentena!
O que é isso!?
COVID-19 tomou o seu lugar, e nos colocou em isolamento social.. quem não acha as vezes que está prestes a pirar?! Que mãe aí que não da uns gritos? Toma uma taça (ou várias) de vinho e dorme pra esquecer?! (risos)
Des de 2015 passo o dia das mães sem a minha mãe.  E por dois anos estive completamente só, com minhas lembranças, minha saudade..
Em 2017 Maria Alice chegou e me deu um novo motivo e significado para celebrar essa data tão especial que é o dia das mães!
Ainda não estou liberta dos sentimentos e emoções que me deixam pra baixo nesta data (não sei se algum dia estarei), mas desde 2017 percebi que o ciclo de sentimentos e emoções se repetem neste período.
Geralmente o final de semana TODO, passo bem reflexiva, triste, meio deprê sabe.. começa na sexta.. vai pro sábado.. e domingo quando amanhece, é o pior momento de todos, a saudade, a nostalgia, me invade, e eu demoro um pouco, até conseguir me livrar desses sentimentos.. e no decorrer do dia parece que gradativamente vou melhorando.
Quero relatar dois acontecimentos especiais neste dia das mães em Maio de 2020.
Pouco antes de começar a quarentena em Belo Horizonte, levei minhas filhas e meu sobrinho pra assistir o filme “Dois irmãos, uma jornada fantástica”, da Disney.
Se você já viu o filme, pode ir para o próximo parágrafo.
Se você não viu o filme, vou tentar dar um resumo sem dar muito spoilers!! – Dois irmãos, conta a estória de dois personagens, que perderam o pai quando bem novinhos, o irmão mais velho tinha algumas memórias, porem era muito novo, já o mais novo ainda estava na barriga de sua mãe quando o pai faleceu. O filme se passa em meio a uma sociedade como a de hoje, em níveis de tecnológicos, porem os personagens são criaturas místicas, os irmãos por exemplo, são elfos, e tem um cachorrinho dragão, no mundo do filme há fadas, unicórnios, mandrágoras, etc! Porem esses seres não usam mais a magia para viver, apoiados na tecnologia, deixaram para trás seus costumes antigos. No aniversário do mais novo (16 anos), a mãe entrega aos filhos um presente que o pai havia feito e pedido para ela entregar a eles quando ambos tivessem 16 anos. Quando eles abrem o presente, contem um cajado que o pai havia feito, junto com uma pedra “gema fenix”, uma carta com uma receita de magia para trazer o pai de volta por 24 horas. Então basicamente a saga é a aventura dos irmãos para trazer o pai e passar 24h com o pai, para matar saudade, fazer perguntas, ver ele.. abraçar.. enfim.. 
Domingo, dia das mães, acordei bem pra baixo como de costume, desanimada, chorosa.. Maria Alice acorda num pique.. num gás que eu não tenho escolha a não ser sair da minha zona de conforto né! Fiz café da manha pra gente, vimos desenhos e depois fomos tomar banho para visitar minha avó materna.
Ainda angustiada com saudades da minha mãe, vez ou outra escondendo uma lágrima (mães não gostam de chorar na frente dos filhos!). Inevitavelmente Maria Alice me vê chorando e pergunta:
“Mamãe, que é isso?”, eu meio sem graça respondo:
“São lágrimas de saudades filha, tô com saudades da minha mãe.”
Ela passa a mãozinha no meu rosto e fala pra mim:
“Então eu vou fazer uma magia!”
Me emocionei e chorei mesmo, perguntei pra ela:
“Você vai fazer uma magia pra minha mamãe passar o dia comigo filha?”
Ela me responde “Éh!”.
Guardei no meu coração essa memória, para SEMPRE vou lembrar disso! Ganhei meu dia!
Tem gente que achou “errado” ela querer “fazer uma magia pra avó dela voltar”. E talvez você discorde de mim, mas ela tem apenas 3 anos, não entende dessas coisas, e em seu coração, puro, ela quer me ver feliz e acredita que se eu passar um dia com a minha mãe, não vou chorar de saudades.
O coração da minha filha é tão bom, tão lindo. Ela é especial pra mim.
Só esse momento com ela, meu dia melhorou 50%! Rsrs
Fomos almoçar na casa da minha avó, e eu levei um jogo (tinha comprado no dia anterior) – PULA MACACO – já viu esse jogo? A gente tem que jogar o macaco em cima da arvore, dando um peteleco nele. Comprei pra jogar com Maria Alice em casa, durante essa quarentena..  enfim, depois do almoço fomos jogar, minha avó, Maria Alice, minha tia e eu. Maria Alice sem muita paciência.. mas pra minha surpresa, minha avó AMOU o jogo,  a simplicidade dela jogando, a felicidade, a alegria! AAh, ganhei meu dia! Tive que deixar o jogo pra ela (ela disse que o jogo ia fazer os dias passarem mais depressa!).
No decorrer da semana minha tia tem me enviado fotos e vídeos da minha avó jogando e chamando elas para jogar, achei tão lindo!

A vida nos surpreende né!? Coisas simples, que deixam marcas.
Sou apaixonada com minha filha, amo minha avó e morro de saudades da minha mãe.

Feliz dia das mães 2020.

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